segunda-feira, 13 de abril de 2015

A MINHA CIDADE


 A MINHA CIDADE

 transportando nectar e almas...
Da minha cidade nasce o Norte 
alcantilado, insubmisso 
e o sol, quando chega, penetra-a 
delicadamente, carinhosamente, 
depois de vencido o nevoeiro...
Na minha cidade também há pregões,
gatos, pombas, castanhas assadas e iscas 
e fado pelas vielas, pendurado com molas, 
como roupa a secar nos arames...
A minha cidade tem também tardes languescentes, 
coretos nas praças 
velhos jogando cartas em mesas de jardim 
e o revivalismo de viuvas e solteironas 
passeando de eléctrico...
É bem verdade que na minha cidade 
a luz, não é como a de Lisboa 
mas a luz da minha cidade 
é um frémito de amor do astro-rei 
a beijá-la na fronte, cada manhã!...

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