As ruas apertada, com cortinas nas portas, ruas essas que escondem segredos, que escondem
volúpia, que escondem nas suas estreitas passagens histórias de quem não têm história, ruas
de pessoas que não conhecem outra rua nem outra vida para além daquela rua, estreitas
passagens entre o mundo real que lhe são negadas porque satisfazem desejos carnais, ruas
que mostram a vida mas que sonegam a realidade.
O cheiro a sardinhas nas noites de S. João, os martelos, os alhos-porros, a alegria de ver
renascer uma cidade numa noite em que é percorrida a pé, onde lhe encontram lugares, onde
se vive no limite de um amanhecer turbulento, onde há momentos que mudam vidas, onde
nascem amores para sempre.
Um café numa explanada perto do grande rio, um fim de tarde, histórias contadas a conta
gotas, um prolongamento para a noite, a animação de quem quer viver, uma noite que ganha
motivos de celebração, um hino à amizade, a euforia de quem quer ser simplesmente feliz.
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